Medicina nuclear

 A Medicina Nuclear é uma especialidade que utiliza pequenas quantidades de isótopos radioativos para a realização de exames cintilográficos, que permitem o estudo preciso de informações funcionais do organismo, contribuindo assim para o diagnóstico e seguimento de pacientes em quase todas as especialidades médicas.

Os procedimentos de Medicina Nuclear abrangem: Cintilografias, Terapias com Radioisótopos, Cirurgias Radioguiadas e Densitometria Óssea.

1 - CINTILOGRAFIAS 

Cintilografia é o nome genérico dado ao procedimento diagnóstico por imagem na especialidade de medicina nuclear. 

Esta é uma palavra híbrida cujo significado é registro da cintilação, que é o principal fenômeno no processo de formação da imagem, a partir da radiação emitida pelo órgão que está sendo examinado. 

Para que os diferentes órgãos do nosso corpo possam ser examinados, é necessário fazer com que os materiais radioativos empregados cheguem até os mesmos. Para isso, utilizamos elementos radioativos que apresentam afinidade natural ou que esses elementos estejam ligados a substâncias que possuem afinidade por esses órgãos. 

Esta afinidade está relacionada, basicamente, às características fisiológicas desses órgãos ou ao mecanismo de formação da doença. 

Uma vez que estes elementos radioativos cheguem aos órgãos de interesse, as radiações emitidas a partir deles são identificadas pelo equipamento e transformadas em imagens que possam ser interpretadas pelos especialistas. 

Cada exame possui seu medicamento específico que é preparado ou encomendado para o dia do procedimento. 

Os diferentes exames estão listados abaixo:

1.1 - Cardiovascular

 

1.2 - Digestivo

 

1.3 - Endócrino

 

1.4 - Mucoesquelético 

 

1.5 - Nefrologia / Urologia

 

1.6 - Oncologia / Infectologia 

 

1.7 - Respiratório 

 

1.8 - Sistema Nervoso

 

1.9 - Outros Exames

 

2 - TERAPIAS COM RADIOISÓTOPOS 

 

Embora a aplicação da medicina nuclear seja predominantemente diagnóstica, alguns radioisótopos também são empregados com finalidade terapêutica, particularmente no hipertireoidismo, câncer de tireoide, tratamento paliativo da dor óssea por doença metastática, tratamento de alguns tumores neuroendócrinos e sinovectomia.

Alguns desses procedimentos exigem que os pacientes permaneçam internados, em regime de isolamento, para que parte dessa radiação seja eliminada, conforme determina a legislação vigente.

O mais comum dos procedimentos que necessitam de internação é o tratamento do câncer de tireoide, que corresponde a uma das grandes áreas de atuação da especialidade de Medicina Nuclear, em conjunto com as especialidades cirúrgicas e clínicas.

Como a grande maioria dos casos é de tumores diferenciados, os pacientes em seguimento com o diagnóstico de câncer de tireoide, quando indicados e após a tireoidectomia, serão submetidos à terapia com iodo radioativo, seja para ablação de tecidos tireoideanos residuais como para o tratamento de doenças metastáticas.

As diferentes terapias estão listadas abaixo:

  • Hipertireoidismo (Doenças de Graves ou Plummer) com 131I
  • Câncer de Tireoide com 131I
  • Dor Óssea Metastática com 153Sm-EDTMP
  • Tumores Neuroendócrinos com 131I-MIBG
  • Tumores Neuroendócrinos com 177Lu-DOTATATE

 

3 - CIRURGIAS RADIOGUIADAS

Não é apenas por meio de diagnóstico por imagem que a especialidade de medicina nuclear pode contribuir no acompanhamento médico do paciente. Outras duas áreas também estão disponíveis nos principais centros: terapia com radioisótopos e cirurgia radioguiada.

A cirurgia radioguiada, um procedimento utilizado há mais de uma década na área oncológica, corresponde a uma modalidade cirúrgica, onde a estrutura a ser removida ou biopsiada está marcada com uma substancia radioativo. Essa estrutura que se encontra radioativa será localizada por meio de um equipamento denominadogammaprobe, uma sonda produzida especificamente para ser utilizado durante a cirurgia.

Os medicamentos utilizados podem ser injetados diretamente na estrutura a ser removida ou serem injetados por diferentes vias, caso este medicamento tenha afinidade ou transite pela estrutura que deve ser identificada.

O mais comum desses procedimentos é a biopsia do linfonodo sentinela, realizada em alguns tipos de tumores, como parte do processo deestadiamento da doença, com a vantagem de permitir uma localização precisa da estrutura (linfonodo), por meio de uma cirurgia menos invasiva/mutilante.Este procedimento é mais frequentemente utilizado nos casos de câncer de mama, melanoma maligno e câncer de orofaringe.

A metodologia também pode dar suporte nascirurgias de algumas doenças benignas, como na ressecção de osteomaosteóide (lesão óssea) e de adenomas ou hiperplasias das glândulas paratireoides.

Geralmente, realizamos o procedimento em duas etapas. A pré-operatória, onde o paciente recebe a injeção da medicação seguida da aquisição das imagens e a segunda, durante a cirurgia.

Para o agendamento desses procedimentos é necessária comunicação prévia entre as equipes cirúrgicas e de medicina nuclear para que a programação cirúrgica seja feita adequadamente.

Esse exame tem a finalidade de localizar o gânglio sentinela. O gânglio recebe o nome de sentinela porque é o primeiro a receber a drenagem daquela região onde está localizado o tumor.
Isso não significa que ele esteja acometido pelo tumor.

Somente a análise microscópica permite afirmar se esse gânglio está acometido ou não pela doença. Caso não esteja, a chance de outros gânglios estarem doentes é muito baixa.

 

4 - DENSITOMETRIA ÓSSEA

A osteoporose corresponde à redução da quantidade de massa óssea e, geralmente, aparece em quase todos os idosos. A perda da densidade mineral óssea com o envelhecimento é um fenômeno universal e só se torna doença quando a massa óssea diminui a tal ponto que possam ocorrer fraturas. Estas podem provocar dores de forte intensidade e limitações funcionais, tais como incapacidade para se locomover-se ou para realizar as atividades no dia a dia.

Os principais locais de fratura por osteoporose são coluna vertebral, quadril e punho.

Diversos fatores podem levar à osteoporose, como a menopausa precoce, amenorreia, uso de corticoides, história pregressa de fratura, doenças crônicas do fígado, intestino e rins, câncer, dieta inadequada, uso de bebidas alcoólicas, fumo e sedentarismo.

Hoje em dia, equipamentos modernos conseguem medir a massa óssea e detectar precocemente essa condição antes que ocorra a fratura.

A densitometria óssea é um método mundialmente utilizado para a avaliação de osteoporose, risco de fratura e acompanhamento terapêutico.

Recomenda-se que a densitometria de controle seja feita sempre no mesmo equipamento, pois existem variações entre as máquinas e os operadores.

Preparo

É preciso suspender os comprimidos de cálcio 24 horas antes do exame. Os pacientes que realizaram exames radiológicos com contraste deverão aguardar, no mínimo, uma semana para agendar a densitometria óssea.

No dia do exame, é necessário vestir roupas que não tenham botão ou zíper para facilitar a aquisição da imagem.

Como é feito o exame

Após o preenchimento da ficha de cadastro, o paciente será encaminhado à sala de exame e o seu peso e altura serão aferidos.

Não é necessário retirar a roupa, entretanto, as peças de metal e os botões deverão ser retirados para evitar artefato na aquisição.

O paciente será orientado a deitar na maca do aparelho e deverá permanecer imóvel por, aproximadamente, 10 minutos. Para a aquisição dos dados da coluna lombar, uma almofada será colocada sob as pernas para que a coluna fique reta

Para a aquisição do fêmur, a perna do paciente a ser analisada deverá ficar estendida e discretamente rodada.

Em alguns casos, o antebraço também pode ser avaliado. Esse procedimento é um pouco mais demorado e necessita da colaboração e da paciência do paciente, que deverá sentar-se em uma cadeira ao lado do equipamento e apoiar o seu antebraço na maca por meio de um suporte. O tempo médio dessa aquisição é de 10 minutos e o paciente deverá permanecer imóvel nesse período.

Durante o exame, um braço de metal do equipamento irá se mover de um lado para o outro da maca, sobre as regiões a serem analisadas. O exame é fácil, indolor e a exposição à radiação é mínima.

Obs.: Esse exame não é recomendado para mulheres grávidas.